sábado, 15 de fevereiro de 2014

A B'RACHA QUE INCOMODA

"Bendito sejas Tu... que não me fizeste pagão... que não me fizeste mulher..." (Babylonian Talmud, Menachoth 43b).

(Tradução minha do Inglês).

          No Talmude, a frase acima é atribuída ao Rabbi Judah (alguns dizem ao Rabbi Meir) que costumava dizer: "Um homem é obrigado a dizer as seguintes três bênçãos diárias:  'Bendito sejas Tu... que não me fizeste pagão... que não me fizeste mulher... que não me fizeste um escravo'". 
          É claro que uma frase assim seria mal-entendida por milhares de pessoas e, como é óbvio, muito mais para os antissemitas. Não irei comentar as afirmações sobre "pagão e escravo". Pretendo, com a ajuda dos Céus, apenas transcrever um comentário do Rabbi Eliyahu Kitov sobre a frase: "BENDITO SEJAS TU... QUE NÃO ME FIZESTE MULHER..."
          Kitov explica esta b'racha da seguinte forma:
"Um rei chamou dois de seus súditos e lhes deu tarefas muito diferentes entre si. Ele apontou um como o General de seu Exército. Este indivíduo usaria um uniforme especial, adornado com muitas medalhas brilhantes significando a importância de seu bravo trabalho em defesa de seu país. Ele correria grandes riscos e seria encarregado com tremenda responsabilidade, mas ele também colheria as recompensas por seus esforços e assim seu heroico serviço seria reconhecido por todos. Ao segundo indivíduo, o rei determinou um papel totalmente diferente. Ele deveria servir ao serviço secreto do rei. Ele não usaria uniforme algum e não seria adornado com nenhum distintivo de honra. Ele também seria responsabilizado por missões de bravura e correria talvez até mais riscos sem os quais o reino não conseguisse subsistir. Mas ninguém poderia saber sobre sua coragem. Desta forma, para quem estivesse observando do lado de fora seu trabalho podia parecer de menos glamour, mas seu papel é vital e o rei lhe dá segurança ao afirmar que aprecia muito seu sacrifício. Assim, Rabbi Kitov explica: Um homem agradece a D-us a cada manhã por não ter sido determinado o menor papel de recompensa. Ele orgulhosamente veste suas “medalhas” religiosas e seu uniforme e assume seus mandamentos extras em seu mais público serviço. Uma mulher, por outro lado, entende o significado de seu papel mais secreto. Ela percebe quão vitais o cuidado e carinho dela são para a sobrevivência da humanidade. Ela assume o papel que recebe pouco reconhecimento público, modestamente sabendo que para D-us seus sacrifícios são incalculáveis". (WEISBERG, Chana. Why I'm Not Offended by the Blessing "Thank You, G-d, for Not Making Me a Woman?"). [Tradução minha do Inglês]. 

Estas são as pérolas dos nossos Sábios.
Josué Paulo de Lima